quinta-feira, 4 de julho de 2013

Sublime-te a ti mesmo

Hoje acordei meio “quebrado”
Sentindo-me mal e com uma dor na garganta
Ainda assim não pude faltar à pós
Num esforço pela vontade de aprender

Passaram-se algumas horas e cá estou eu
Sentado numa cama, digitando num notebook,
Utilizando-me do meu maior subterfúgio
A saudosa arte de poesias escrever.

Cansado, com sono e talvez com uma amidalite
Torno àquilo que, por muito tempo,
Serviu-me como uma caverna, um esconderijo,
Onde fujo dos outros e talvez até de mim mesmo.

A poesia, minha companheira, de mim nunca se afastou
Quem nasce com esse dom nunca dele se desvia
Pois uma pessoa, por mais que tente ou queira,
Nunca pode apartar-se da sua própria natureza.
Escrever, para mim, é muito mais do que o ato em si

E todo poeta traz consigo uma bela capacidade
A de verter seus sentimentos mais profundos
Em palavras cujos significados, por muitas vezes,
Só ele mesmo sabe precisar a qual faceta referiu-se.

A poesia, fruto da criação do verdadeiro poeta,
Muito se compara a um prisma ou a um desenho abstrato
Pois não importa quantas pessoas vejam o mesmo objeto
Cada um verá sempre algo diferente, parecido consigo mesmo.

O psicólogo norte-americano William James, certa vez,
Proclamou com propriedade dizendo que
“O mais profundo princípio da natureza humana
É a ânsia de ser apreciado”

Esta frase muito marcou minha forma de entender as pessoas
Cada uma com suas inseguranças e medos
E certamentamente não foi à toa que William James usou a palavra ânsia na frase acima
Isso, para mim, muito explica o ego inflado das pessoas.

Vivemos num mundo onde todos querem chamar a atenção
Todos buscam, de um modo ou de outro, ser o foco dos holofotes
Uns os buscam pela beleza física, pela intelectualidade,
Por algum talento especial… outros pela “beleza financeira”

A auto-afirmação é algo que, ao contrário do que muitos imaginam,
Transcende o período da adolescência e é perene, constante.
Poucos são aqueles que despertam-se para o sublime,
Para a beleza invisível das coisas e das pessoas.

“Conhece-te a ti mesmo” dizia o sábio Sócrates
E isto significa apenas tornar tua visão para dentro
Observar mais a si mesmo do que aos outros
Corrigir as tuas falhas e não explicitar a dos outros.

Viver é muito mais do que ter ou do que ser
É um ato de constante aprendizado
Precisamos sempre de tão pouco mas…
A sociedade faz suas imposições: ter isso e aquilo.

Eu os desafio – leitores – a ser diferente.
Olhem nos olhos de uma pessoa e busquem o sublime.
Identifique nos outros aquilo que você admira não o que te repele.
Transcenda a “capa” enganadora do mundo  da aparência social
E busque sentir com seu coração o âmago do outro.

Assim verão além da fina supercície externa
E passarão a ver as pessoas como elas realmente são.

Ricardo M. Valença – 20/03/2010.

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