quinta-feira, 4 de julho de 2013

Quem sonha resiste



Sentado à beira da estrada
Está o cidadão a refletir
Observando um lago perto de si...
Margem retilínea
Reflexo perfeito das nuvens na água
Como um espelho gigante a brilhar
Seu pensamento está a vagar
Seus olhos vertendo sentimentos profundos
Ele acabou de chegar à estrada
Novamente, olha ao seu redor,
Mas não encontra seu rumo.
Em sua mente uma só idéia
Em seu coração um só nome.
Pela manhã, o sol a queimar-lhe as costas
Pela noite, a lua a congelar-lhe a espinha.
Dia após dia uma só dor
Uma só ferida que nunca fecha
Paleativos são usados em todos os momentos
É madrugada. Chove.
Nada lhe resta, apenas a fé em seus ancestrais.
O frio lhe consome as vísceras
A fomo lhe corrói as idéias
O nada prevalece sobre o nada.
Homem, lobo de si mesmo...
O nome em seu coração agora brilha,
E ele sonha o seu sonho consolador.
Passou o dia inteiro esperando por esse momento
Sempre. Todo dia.
Acorda feliz, renovado.
Abre os olhos. Sente-se péssimo, devorado.
Devorado pela verdadeira realidade que o chama
Chora.
Acabou, novamente, de chegar à estrada
Vertendo seus sentimentos profundos.
Indignado porque se separou de sua amada.
Chora, porque à realidade voltou
Volta a caminhar
Olha ao seu redor e já vislumbra seu rumo
Tenta apressar o passo
Pois andando precisa chegar
Mesmo com sua ferida aberta
E o sol a lhe maltratar,
Resiste, pois sabe
Que novamente voltará a sonhar.

06/07/2002.

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