quinta-feira, 4 de julho de 2013

Fardo leve

Eu choro.
Minhas lágrimas correm.
Sinto no peito a dor
A dor do vazio.

O sangue que em mim corre
Impulsionado pelo coração
Oxigena meu cérebro
E este…
Este abre o leque da minha visão.
Obstinado mas cansado,
Assim estou.
Cansado, exausto e vazio
Vazio e sedento.
Olho para minha imagem
E o que vejo no espelho
Nem mais se parece comigo.
Miragem ou castigo?
Um caminho preciso percorrer
Mas meus pés feridos
E minha mente fraca
Fazem a coragem derreter.
Olho bem no fundo do meu próprio olho
E vejo pupilas dilatadas
Atentas e à espera.
Mas de que?
O que espero e do que preciso
Senão caminhar e sofrer?
A dor me fortalece
Caleja e amadurece meu ser.
Erros cometi e de montes.
Mas será que só eu?
Trago a consciência limpa
De ter feito tudo o que pude.
Da vitória os louros não quero
Tampouco a claridade dos holofotes.
Ambiciono sim muitas coisas
E a maior é a felicidade.
Posso não ter tudo que quero
Mas, certamente,
Quero tudo que tenho
Sem medo inconsequente.
A vida é curta para quem não a vive
E viver não significa explorar o mundo
Mas fazer aquilo que te agrada
Sem pensar em desistir por um segundo.

Ricardo M. Valença – 22/05/2010.

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